Glossário Canábico da Cannarinho:

Qual a diferença entre o CBD e o THC na cannabis medicinal?

Sumário

O que são CBD e THC?

CBD (canabidiol) e THC (tetra-hidrocanabinol) são dois dos principais compostos encontrados na planta de cannabis. Ambos pertencem à família dos canabinóides e interagem com o sistema endocanabinóide do corpo humano, mas suas propriedades e efeitos são bastante distintos. O THC é o composto psicoativo que causa a sensação de ‘alta’ associada ao uso recreativo da cannabis, enquanto o CBD é conhecido por suas propriedades terapêuticas sem os efeitos psicoativos.

Propriedades do CBD

O CBD tem ganhado destaque no campo da medicina devido às suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas e anticonvulsivantes. Estudos indicam que o CBD pode ajudar a tratar uma variedade de condições, incluindo epilepsia, ansiedade, dor crônica e distúrbios do sono. Sua capacidade de interagir com receptores do sistema nervoso central sem provocar alterações no estado mental faz do CBD uma opção atraente para muitos pacientes que buscam alívio sem os efeitos colaterais do THC.

Propriedades do THC

O THC é amplamente reconhecido por suas propriedades analgésicas e é frequentemente utilizado para aliviar dores crônicas, náuseas e estimular o apetite, especialmente em pacientes submetidos a tratamentos como quimioterapia. Além de seus efeitos psicoativos, o THC também pode atuar em receptores que regulam o humor e a memória, o que pode ser benéfico em contextos terapêuticos, mas também apresenta riscos de efeitos colaterais, como ansiedade e paranoia em alguns usuários.

Uso medicinal do CBD

O uso medicinal do CBD tem sido respaldado por diversas pesquisas que destacam sua eficácia em vários tratamentos. Por exemplo, o Epidiolex, um medicamento à base de CBD, foi aprovado pela FDA para o tratamento de formas raras de epilepsia. Além disso, o CBD é frequentemente utilizado em produtos de cuidados com a pele, suplementos alimentares e óleos essenciais, refletindo sua versatilidade e aceitação crescente no mercado medicinal.

Uso medicinal do THC

O THC também é utilizado em contextos médicos, com produtos farmacêuticos que o incorporam, como o Marinol e o Syndros, que são prescritos para tratar náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, além de estimular o apetite em pacientes com AIDS. Contudo, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado devido aos possíveis efeitos psicoativos e à variação na resposta individual ao composto.

Interações entre CBD e THC

Quando utilizados em conjunto, o CBD e o THC podem ter um efeito sinérgico, conhecido como “efeito entourage”. O CBD pode potencializar os efeitos medicinais do THC, atenuando alguns de seus efeitos psicoativos, o que é benéfico para pacientes que desejam o alívio proporcionado pelo THC sem os efeitos colaterais indesejados. Essa combinação é frequentemente encontrada em produtos de cannabis medicinal, permitindo que os pacientes personalizem seu tratamento.

Legalidade e regulamentação

A legalidade do uso de CBD e THC varia significativamente entre países e regiões. Enquanto muitos lugares já aprovaram o uso medicinal do CBD, o THC ainda enfrenta restrições mais severas devido aos seus efeitos psicoativos. É importante que pacientes e consumidores estejam cientes da legislação local e das normas que regem a prescrição e o uso desses compostos em suas respectivas áreas.

Formas de consumo

CBD e THC podem ser consumidos de várias formas, incluindo óleos, cápsulas, tinturas, comestíveis e produtos tópicos. A escolha da forma de consumo pode influenciar a eficácia dos compostos, a rapidez com que os efeitos são sentidos e a duração dos mesmos. Pacientes devem considerar suas preferências pessoais e as recomendações médicas ao escolher a forma que melhor se adapta às suas necessidades.

Efeitos colaterais

Tanto o CBD quanto o THC podem causar efeitos colaterais, embora eles sejam diferentes. O CBD é geralmente bem tolerado, mas pode causar fadiga, diarreia ou alterações no apetite em alguns indivíduos. Já o THC pode levar a efeitos colaterais como ansiedade, paranoia, aumento da frequência cardíaca e problemas de memória. É essencial que os pacientes consultem seus médicos para entender melhor como esses compostos podem afetá-los individualmente.

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